Como eu adormeci e sonhei

 Em uma bela noite, buscava concentrar minha atenção individualmente a cada som,
Ao fundo consegui escutar o som de uma queda d'água, contínua e calma,
Carros passando lá longe, levando e trazendo pessoas para tudo que é lugar,
E um silencioso vento que utiliza-se do meu cabelo para entrar na moda de fazer barulho.

Não parecia algo tão fabuloso, mas era simples, era como a risada de uma criança feliz,
Ou como o som de um gatinho que ronrona de olhos fechados descansando para curtir a noite.
Ou até mesmo como um cãozinho atento que vigia a criança no berço sempre de olhos atentos.
Ou as crianças brincando na rua sem se preocupar com nada.

Não me importava como ou o que viria em minha mente,
Tinha certeza que a minha imaginação podia fluir,
De olhos fechados como o gatinho ronronando, mas de mente atenta como o cãozinho,
Prestei atenção em cada detalhe.

Ao fundo pude ouvir um som, parecia ser um sino a bater,
Já a agua que cai veio enfraquecendo a noite, mesmo assim minha imaginação cresceu,
Mas o que eu sabia mesmo e que as coisas deviam ser diferentes, ao contrário talvez.
Foi num momento que ao invés de acordar como nas clássicas histórias, adormeci e sonhei.

Meu lápis e eu

Seja tão lindo como um olhar,
Tão marcante como o som do luar,
Tão eterno como os acordes de uma batucada
Ou tão sincero como a água do mar.

Não preciso sentido para combinar palavras,
Eu preciso de palavras para entender os sons,
Ou ver sons para enxergar o que senti,
A cada segundo que me toca só com seu pensar.

Queria estar alí só pra ver aquele verso que você,
Aquele verso que, melhor, foi seu lápis que escreveu,
Quando ele ouviu seu  coração batendo,
Foi bem na hora da batucada que eu não ouvi, foi ele.

Foi ele quem te trouxe aqui, foi o coração,
Por me querer bem ele encontrou com o lápis
E de singela forma escreveu esses versos para você.
Eu não quero que leia os versos mas que guarde em seu coração por toda sua vida.

(Leonardo Caneca)